/ Mercado Financeiro

FIDCs: uma aposta para 2021

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) estão ganhando cada vez mais espaço. Muitos investidores enxergam no segmento uma alternativa de renda fixa capaz de trazer bons resultados a longo prazo, enquanto diversificam sua carteira.

Apesar das vantagens tanto para “pessoas físicas” quanto para gestores de recursos, a participação dos FIDCs no mercado de fundos ainda é irrisória - 2,9% segundo dados da UQbar referentes a dezembro de 2020.

Assim, a Liber Capital decidiu trazer um panorama sobre os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, explicando como funcionam e qual o seu potencial para 2021. Confira!

O que é FIDC?

O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é um fundo de investimento que tem seu retorno baseado nos direitos creditórios. Estes, por sua vez, são cedidos ao fundo por empresas que realizaram a venda de um produto ou serviço e desejam receber o valor correspondente de maneira antecipada.

Como funciona o FIDC?

Em um fundo de investimento, os investidores compram cotas e há um gestor que agrupa os recursos investidos por diversas pessoas. Então, o gestor os aloca em determinados títulos e ativos, de acordo com a estratégia do fundo.

No caso dos FIDCs, os recursos dos investidores são alocados em direitos creditórios. Esses títulos são originados a partir de empresas que desejam receber antecipadamente o valor referente a vendas a prazo. Elas, por sua vez, “cedem” o direito de receber o montante à terceiros e o recebem à vista, mas com desconto.

Por exemplo, uma empresa do segmento têxtil realizou uma venda de tecidos, cujo pagamento será feito em 24 parcelas. No entanto, a empresa precisa receber o dinheiro nos próximos 30 dias para quitar algumas dívidas. Sendo assim, ela decide transformar os seus valores a receber em títulos (securitização).

A partir disso, os títulos são lançados no fundo de investimento e a empresa acessa os recebíveis antes do previsto. Quando o comprador dos tecidos efetuar o pagamento, ele será destinado aos investidores do fundo que possuem a duplicata originada na venda, no lugar da empresa.

É importante dizer que a empresa receberá o pagamento antecipado com um desconto, referente a taxa destinada para constituir o rendimento do fundo, e nunca seu valor integral de venda.

Além disso, existem duas categorias de fundos no mercado - os fundos abertos e os fundos fechados.

Fundos abertos

Os fundos abertos permitem que o investidor faça o resgate das cotas em qualquer momento. No entanto, o prazo para o resgate é indeterminado e o processo costuma levar tempo.

Fundos fechados

Enquanto isso, nos fundos fechados, as cotas só podem ser resgatadas depois de um prazo pré-determinado. Por esse motivo, costumam ser caracterizados como investimentos de longo prazo.

Tipos de cotas em FIDCs

Além de possuírem duas categorias de fundos, os FIDCs também contam com dois tipos de cotas -** a cota sênior e a cota subordinada**.

É importante entender que em todos os fundos existem parcelas diferentes destinadas a cada tipo de cota. Na realidade, isso significa que a proporção da cota sênior é maior do que a subordinada.

Ambas possuem rendimento diário, mas existem algumas diferenças pontuais no que diz respeito ao risco e à rentabilidade.

Cota sênior

A cota sênior costuma ter rentabilidade prefixada ou definida em relação ao CDI. Costuma ter dividendos menores, porém tem preferência no resgate, na hipótese de inadimplência.

Cota subordinada

Já a cota subordinada tem seu resgate e amortização submetidas a das seniores, isto é, são as últimas a receber seus rendimentos. Essa cota é a que tem mais rentabilidade no mercado, mas, em contrapartida, pode ser mais afetada em caso de inadimplência por conta da ordem de preferência.

Quem pode investir em FIDC?

De acordo com a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios podem aceitar apenas **investidores profissionais ou qualificados. **

Isso acontece porque os FIDCs oferecem um maior grau de risco, a depender das suas características.

Por sua vez, os investidores de menor porte que desejam participar desses fundos, devem acessá-los por vias indiretas, como por meio de fundos de renda fixa e multimercados que tenham FIDCs na carteira.

Como os FIDCs desempenharam em 2020?

Em 2020, vimos transformações a nível global ocorrerem em diversos setores da economia. Por conta da pandemia de COVID-19, que ainda vivenciamos, o mercado de investimentos enfrentou insegurança e instabilidade no primeiro trimestre do ano, mas pôde dar início à recuperação a partir de julho.

Segundo o relatório da Uqbar, agentes atuantes no mercado de FIDCs, que haviam se recolhido com medo do primeiro trimestre da pandemia, retornam a partir de julho, com disponibilidade elevada, altamente competitivos nas taxas de cessão e seguro do risco tomado.

Quais as tendências dos FIDCs para 2021?

A perspectiva para 2021 é de que a vacinação, ainda que esteja ocorrendo lentamente, ponha um teto na pandemia e permita algum crescimento durante todo o ano.

A expectativa está relacionada à habilidade do governo de controlar o teto de gastos, implementar, em alguma medida, reformas administrativas e o início da recuperação do PIB, que já começa a retomar o fôlego.

No que diz respeito aos FIDCs, a atitude de órgãos regulatórios em criar mecanismos dispostos a oxigenar o mercado também pode impulsionar o setor.

Apenas em 2020, o mercado de FIDCs atingiu a marca de 1.000 fundos em operação. Ainda que a base de investidores esteja aquém do desejável e a atividade tenha se mantido estável em relação a 2019, o ambiente de 2021 estará bastante favorável para a diversificação de investimentos alternativos.

FIDCs e a Antecipação de Recebíveis

Assim, aos investidores que desejam diversificar a gestão de suas carteiras e procuram por investimentos em renda fixa, os FIDCs representam uma opção interessante para conseguir **boa rentabilidade a longo prazo. **

Enquanto isso, para as empresas que precisam melhorar o fluxo de caixa, é interessante ceder seus direitos creditórios aos FIDCs, uma vez que isto representa uma opção para antecipar **seus recebíveis**.

Alinhando tecnologia e conhecimento, a Liber Capital conecta esses interesses em comum. Somos uma opção segura para financiadores que desejam aumentar e diversificar sua carteira de ativos e até mesmo financiar seus próprios fornecedores. Entre em contato e conheça nossas soluções clicando aqui.

FIDCs: uma aposta para 2021
Compartilhe

Receba as Novidades